29 de dez. de 2010

Seu cérebro tem fome de quê?



Alguns alimentos afetam o que você pensa e sente. É o que diz o neurocientista Gary Wenk em seu livro Your Brain on Food

por Guilherme Rosa

O órgão responsável por regular o consumo de alimentos, remédios e drogas nos Estados Unidos chama-se Food and Drug Administration (FDA). É dali que saem as decisões sobre o que um americano pode encontrar nas prateleiras da farmácia, do supermercado ou somente no mercado negro. Gary Wenk, professor de neurociência na Ohio State University, EUA, acha que as fronteiras entre essas categorias são muito mais tênues e espera que os agentes do órgão não estejam por dentro dos assuntos que discute em sala de aula. “Se soubessem, eles seriam obrigados a regular a venda de barras de chocolate.”


De acordo com Wenk, o doce contém um número grande de psicoativos. “O pó de cacau tem substâncias similares à cafeína, às anfetaminas e à maconha, além de liberar opiáceos no corpo”, diz. Em seu livro mais recente, Your Brain On Food (A comida no seu cérebro, sem edição no Brasil), o cientista mostra que não é só o chocolate — quase tudo que comemos, seja droga ou comida, tem efeito em nosso funcionamento cerebral. Ao longo da história, aliás, nutrientes e psicotrópicos se confundiram diversas vezes.


Em cada ocasião que o café surgia numa determinada cultura, era bem recebido como alimento. “Depois, passava a ser visto com temor pelo seu efeito estimulante e políticos mandavam fechar casas de café”, diz Wenk. A diferença está baseada em fatores culturais. Tanto que sensações de prazer, de relaxamento, de euforia e até alucinações podem vir quando ingerimos alimentos comuns, do dia a dia, como açafrão ou erva-doce, que contêm substâncias capazes de mudar nosso estado psíquico, por exemplo. “Ao estudar como esses químicos interagem com o comportamento humano, podemos manipular nosso humor e até desvendar o funcionamento do corpo.”


Parentesco ancestral

Nosso cérebro tem pelo menos 100 neurotransmissores circulando entre suas

diversas áreas. São substâncias cuja função é ligar os diversos neurônios em atividade, passando as mensagens que precisam ser transmitidas para o resto do corpo. Dependendo do neurotransmissor a mensagem pode ser: acorde, se mexa, salive, urine, lembre, alegre-se.


Se os químicos presentes na comida afetam nosso comportamento, é justamente porque interagem com esses neurotransmissores, aumentando ou cortando seus efeitos. Isso só acontece porque seres humanos e vegetais (e todos os seres vivos, na verdade, já que tivemos um antepassado comum, o mesmo organismo unicelular) dividem a mesma história evolutiva. As bananas ainda verdes, por exemplo, contêm serotonina, o mesmo neurotransmissor encontrado em nosso corpo. “Quando comemos a banana antes de amadurecer, ela acaba interagindo com receptores de serotonina que temos no intestino, causando diarreias”, diz. Uma picada de inseto só causa algum estrago porque o veneno tem a ver com algo que também é encontrado em nosso corpo. “Se viajássemos para outro planeta e fôssemos picados por alguma criatura desconhecida, não nos aconteceria nada, porque não temos um passado comum.”


Claro que tudo tem a ver com quantidade. “É uma questão de dose. Se comermos o suficiente de determinado alimento, haverá uma consequência”, diz Wenk. Um bom exemplo é a noz-moscada, usada como tempero. Na quantidade que consumimos, normalmente é inócua. “Mas se você comer uma inteira, alucinará por dias”, diz. Esse é um exemplo extremo de um alimento que age em um neurotransmissor conhecido como dopamina. Ele é responsável por nos fazer sentir prazer em atividades como o sexo e alimentação. É por isso que, em quantidades médias, dá uma sensação de euforia. O mesmo princípio vale para várias outras comidas (veja quadro abaixo).

Até mesmo uma substância aparentemente inocente como o leite causa suas a

lterações em nossa percepção. Nosso intestino converte alguns de seus componentes em opiáceos, tipo de substância presente na morfina e na heroína. Sua função no nosso corpo é regular a sensação de dor, causando euforia e prazer quando em grandes quantidades. O livro explica que temos uma barreira entre o intestino e o sangue, e também outra entre o sangue e o cérebro, que acabam bloqueando a ação de boa parte desses químicos.


Entretanto, em crianças abaixo de dois anos de idade, essas barreiras não estão completamente formadas. Entre os recém-nascidos, beber leite acaba gerando uma experiência parecida com a da heroína. “A recompensa é tão boa que a criança quer voltar a mamar de novo e de novo. O que é bom, acaba garantindo sua sobrevivência”, diz Wenk. Se nosso próprio corpo tira vantagem das características psicoativas de nossa dieta para aprimorar a sobrevivência, por que não fazer o mesmo conscientemente?


Conhecer essas características pode, inclusive, nos ajudar a prevenir os efeitos ruins do envelhecimento e doenças degenerativas, como o mal de Alzheimer. Pesquisas indicam que pessoas com o risco genético da doença, se comerem muitos derivados de leite, têm mais chance de desenvolvê-la. “Mas, se beberem um pouquinho de álcool todo dia, como uma ou duas latas de cerveja, o risco diminui”, afirma o neurocientista. O risco também é reduzido se comermos menos, já que metabolizar a comida produz resíduos que, em excesso, aceleram o envelhecimento do cérebro. “Se meu livro é sobre comida no cérebro, essa é a sua antítese: consumir o mínimo possível de calorias por dia é o melhor que você pode fazer por ele.”


Para Wenk, a comida pode nos fazer mal ou bem, nos deixar alegres ou tristes. Já escolhemos, inconscientemente, quais químicos irão agir em nosso cérebro. O que pode melhorar é estarmos no controle consciente desse processo. No dia em que deu a entrevista, Wenk comeu granola com leite no café da manhã, mas não dispensou uma dose de tequila à noitinha. “Tomo sempre, já que o álcool em pequenas quantidades serve para prevenir o Alzheimer.”


Retirado de: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI181010-17773,00-SEU+CEREBRO+TEM+FOME+DE+QUE.html

28 de dez. de 2010

Uma democracia sem povo

Suponhamos que alguém entre em contato com um advogado para que este o represente em um processo judicial. O causídico aceita o patrocínio dos interesses do cliente, mas não informa o montante dos honorários, cujo pagamento será feito mediante a entrega de um cheque em branco ao advogado.

Disparate sem tamanho?

Sem a menor dúvida. Mas, por incrível que pareça, é dessa forma que se estabelece a fixação dos subsídios dos (mal chamados) representantes políticos do povo. Com uma diferença, porém: os eleitos pelo povo não precisam pedir a este a emissão de um cheque em branco: eles simplesmente decidem entre si o montante de sua auto-remuneração, pagando-se com os recursos públicos, isto é, com dinheiro do povo.

Imaginemos agora que o advogado em questão, sempre sem avisar o cliente, resolve confiar o patrocínio dos interesses deste a um companheiro de escritório, por ele designado, a quem entrega o cheque em branco.

Contrassenso ainda maior, não é mesmo?

Pois bem, é assim que procedem os nossos senadores, em relação aos suplentes por eles escolhidos, quando se afastam do exercício de suas funções.

Não discuto aqui o montante da remuneração percebida pelos membros do Congresso Nacional, embora esse montante não seja desprezível. Além dos subsídios mensais propriamente ditos – quinze por ano –, há toda uma série de vantagens adicionais. Por exemplo: o “auxílio-paletó” no início de cada sessão legislativa (no valor de um subsídio mensal); a verba que cada parlamentar pode gastar como bem entender no seu Estado de origem; as passagens aéreas gratuitas para o seu Estado; sem falar nas múltiplas mordomias do cargo, como moradia amplamente equipada, carro oficial e motorista etc. Segundo o noticiado na imprensa, esse total da auto-remuneração pessoal dos membros do Congresso Nacional eleva-se, hoje, à cifra (modesta, segundo eles) de R$114 mil por mês.

Ora, tendo em vista o estafante trabalho que cada deputado federal e senador realiza – eles trabalham, em média, três dias por semana –, resolveu o Congresso Nacional, por um Decreto Legislativo datado de 19 de dezembro último, elevar o montante do subsídio-base, para a próxima legislatura, em 62% (por extenso, para confirmar a correção dos algarismos: sessenta e dois por cento).

Ao mesmo tempo, consternados com o fato de perceberem remuneração superior à do presidente e vice-presidente da República, bem como à dos ministros de Estado, os parlamentares decidiram, pelo mesmo Decreto Legislativo, a equiparação geral de subsídios.

Acontece que o subsídio dos deputados federais serve de base para a fixação do subsídio dos deputados estaduais e dos vereadores, em todo o país. Como se vê, a generosidade dos membros do Congresso Nacional, com dinheiro do povo, não se limita a eles próprios.

Agora, perguntará o (indignado, espero) leitor destas linhas: – Como pôr fim a essa torpeza?

Pelo modo mais simples e direto: transformando o falso mandato político em mandato autêntico. Ou seja, instituindo entre nós um verdadeiro regime democrático, em substituição ao fraudulento que aí está. Se o povo é realmente soberano, se ele elege representantes políticos para que eles atuem, não em proveito próprio, mas em prol do bem comum do povo, então é preciso inverter a relação política: ao em vez de se submeter aos mandatários que ele próprio elegeu, o povo passa a exercer controle sobre eles.

Alguns exemplos. O povo adquire o poder de manifestar livremente a sua vontade em referendos e plebiscitos, sem precisar da autorização do Congresso Nacional para tanto, como dispõe fraudulentamente a Constituição (art. 49, inciso xv). O povo adquire o poder de destituir pelo voto aqueles que elegeu (recall), como acontece em várias unidades da federação norte-americana.

Nesse sentido, é de uma evidência palmar que a fixação do subsídio e seus acréscimos, de todos os que foram eleitos pelo voto popular, deve ser referendada pelo povo.

Para tanto, o autor destas linhas elaborou um anteprojeto de lei, apresentado pelo Conselho Federal da OAB à Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados em 2009, instituindo o referendo obrigatório do decreto de fixação de subsídios, quer dos parlamentares, quer dos membros da cúpula do Executivo. Sabem qual foi a decisão da Comissão? Ela rejeitou o anteprojeto por unanimidade.

Confirmou-se assim, mais uma vez, o único elemento absolutamente constante em toda a nossa história política: o povo brasileiro é o grande ausente. A nossa democracia (“um lamentável mal-entendido”, como disse Sérgio Buarque de Holanda) é realmente original: logramos a proeza de fazê-la funcionar sem povo

Fábio Konder Comparato


Retirado de: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/uma-democracia-sem-povo

25 de dez. de 2010

WikiLeaks: O Poder da Informação


O povo não deve temer seu governo, mas o governo deve temer seu povo... [Filme V de Vingança]

WikiLeaks. Há pouco mais de quatro anos era uma palavra, melhor, um site que não fazia parte do cenário global, entretanto desde sua inserção nos domínios on-line (2006) gerou curiosidades, receios e controvérsias.

A WikiLeaks é uma organização fundada supostamente por um grupo de dissidentes chineses, jornalistas, matemáticos, tecnólogos de empresas start-up, intelectuais, ativistas e programadores. Um dos personagens desse grupo que ganhou destaque foi o australiano e ciberativista Julian Assange, que vazou cerca de 92 mil documentos secretos do exército dos Estados Unidos. Ele e outros colaboradores divulgam em sites na Internet um compêndio de informações e documentos confidenciais de governos e empresas.

Entre alguns documentos encontrados no site chama atenção documentos sobre possíveis crimes de guerra cometidos na Guerra do Afeganistão e na Guerra do Iraque pelo exército dos Estados Unidos, a cópia de um manual de instruções para tratamento de prisioneiros na prisão militar norte-americana de Guantánamo em Cuba, um relatório da Comissão Nacional Queniana de Direitos Humanos sobre a política de extermínio no Quênia e análises americanas sobre o Brasil além do vídeo Collateral Murder que mostrava civis iraquianos sendo mortos durante um ataque aéreo das forças militares dos Estados Unidos. Recentecemente uma curiosa notícia para o governo brasileiro afirma que o presidente francês Sarkozy usa sua esposa Carla Bruni para fortalecer a relação entre França e Brasil.

Divulgar sapiências tidas como confidenciais gera diversas discussões, uma das problemáticas que promove é trazer à tona a reflexão acerca da liberdade de informação e a subversão moral pelo “roubo” de tais informações, outra é o possível mal estar global diante das intimidades políticas expostas e o medo da queda de bastilhas.

Julian Assange estava listado pela Interpol como um dos homens mais procurados, mas foi sob a acusação de abuso sexual (recusa em usar camisinha na Suécia é tido como abuso sexual) que Assange foi preso no dia 7 de dezembro de 2010, sendo que uma das vítimas da violência é uma cubana com ligações com a CIA. Essa urgência em capturar Assange deixa bastante evidente a preocupação de diversos países em ter exposto seus bastidores.

Como troco pela prisão de Assange participantes do site Anononymous, às pressas organizaram a Operação Payback, em que realizaram ataques a sites que findaram relações e apoio ao site Wikileaks. Entre os sites atacados estão o do banco suíço PostFinance, o da MasterCard, Visa, Amazon, o de Sarah Paulin e o PayPal. Realmente a Internet esta mudando a maneira de se guerrear! Governos, jornalistas, o Vaticano, ativistas e intelectuais se manifestaram, e tudo isso sem sangue, sem bombas atômicas e com eficácia.

A revolução francesa trouxe como lema Igualdade, Liberdade e Fraternidade. Onde estão tais valores nas sociedades contemporâneas?

Julian Assange e Wikileaks trouxeram para o cenário mundial de notícias todo um emaranhando de sujeira de alguns governos e agora são perseguidos por divulgarem essas informações e até mesmo usuários e ativistas do Wikileaks tiveram suas contas no Twitter e Facebook excluidas.

Apesar de carecer de alguns valores morais e força de vontade, felizmente há bastante pessoas que batalham pela divulgação de informações e se utilizam de meios (nem sempre tidos como legais) para satisfatoriamente se defenderem. Dizem algumas línguas da mídia de uma possível indicação de Julian Assange ser indicado ao prêmio Nobel da Paz. Será que as grandes potências além de intimidarem Julian conseguirão também sufocar essa possível indicação?


Retirado do Paperblog (http://pt-br.paperblog.com/julian-assange-por-que-o-mundo-precisa-do-wikileaks-44163/) abaixo se encontra uma entrevista de Julian Assange a Chris Anderson.


Chris Anderson: Bem vindo, Julian. Foi divulgado que o WikiLeaks, seu bebê, divulgou... nos últimos anos divulgou mais documentos sigilosos do que o resto de toda a mídia do mundo junta. Isso pode ser verdade?

Julian Assange: É, isso pode ser verdade? É uma preocupação, não é? Que o resto da mídia do mundo esteja fazendo um trabalho tão ruim que um grupinho de ativistas consegue publicar mais informações desse tipo do que o resto da imprensa mundial junta.

CA: Como isso funciona? Como as pessoas divulgam os documentos? E como você garante a privacidade delas?

JA: Acontece que eles são, ao que sabemos, informantes clássicos. E temos uma variedade de maneiras para que eles possam fornecer informações para nós. Então usamos criptografia de última geração para fazer as coisas pularem pela internet, para esconder as trilhas, fazer que elas atravessem as jurisdições legais como a Suécia e a Bélgica para legalizar essas proteções legais. Recebemos informações por correio, o correio normal, codificado ou não, analisamos como uma organização de notícias normal, formatamos, o que as vezes é muito difícil de fazer, quando se fala sobre gigantescos bancos de dados de informações, divulgamos isso para o público e então nos defendemos contra os inevitáveis ataques políticos e legais.

CA: Então vocês se esforçam para garantir que os documentos são legítimos. Mas vocês realmente quase nunca sabem quem é a identidade da fonte.

JA: É isso, sim. É muito raro sabermos. E se descobrirmos em algum momento então nós destruímos essa informação o quanto antes (telefone toca) Que droga. (Risos)

CA: Acho que é a CIA perguntando qual é o código para ser um membro do TED. (Risos)

Vamos ver um exemplo, de fato. Isso é algo que foi vazado alguns anos atrás. Se nós pudermos mostrar esse documento... Essa é uma história no Quênia há alguns anos. Você pode nos contar o que você vazou e o que aconteceu?

JA: Esse é o Relatório Kroll. Era um relatório de inteligência secreto encomendado pelo governo do Quênia após a sua eleição em 2004. Antes de 2004, o Quênia era governado por Daniel arap Moi por uns 18 anos. Ele era um ditador moderado do Quênia e quando Kibaki chegou ao poder, através de uma coligação de forças que tentavam acabar com a corrupção no Quênia, eles pagaram esse relatório, gastaram mais ou menos 2 milhões de libras nisso e em um outro relatório. E então o governo o engavetou e usou isso para negociação política com Moi, que era o homem mais rico, e ainda é o homem mais rico, do Quênia.

Esse é o Santo Graal do jornalismo queniano. Então eu fui até lá em 2007, e consegui ter acesso a isso pouco antes da eleição, a eleição nacional em 28 de dezembro. Quando lançamos esse relatório, o fizemos 3 dias depois que o novo presidente, Kibaki, tinha decidido se unir com o homem que ele deveria tirar do poder, Daniel arap Moi. Esse relatório então se tornou um albatroz morto no pescoço do presidente Kibaki.

CA: E, quero dizer, para encurtar uma longa história, a notícia de que o relatório vazou chegou no Quênia não pela mídia oficial, mas indiretamente. E, na sua opinião, isso mudou os rumos da eleição.

JA: Sim. Isso foi a primeira página do Guardian e foi impresso em todos os países ao redor do Quênia na imprensa da Tanzânia e da África do Sul.

Ex-presidente do Quênia, Daniel Arap Moi [Juda Ngwenya/Reuters]

E aí, entrou no país vindo de fora. E isso, depois de alguns dias, fez com que a mídia do Quênia se sentisse livre para comentar a respeito. E passou por 20 noites direto na TV queniana, mudou as intenções de voto em 10 por cento, de acordo com um relatório de inteligência do Quênia, isso mudou o resultado da eleição.

CA: Puxa, então o seu vazamento mudou substancialmente o mundo?

JA: Sim. (Aplausos)

CA: Agora, nós vamos mostrar um pequeno trecho de um vídeo de um ataque aéreo a Bagdá. O video é mais longo. Mas aqui vai um pequeno trecho. Esse é, esse é um material intenso, devo avisá-los.

Radio:... de sacanagem, quando você os pegar apenas abra-os. Eu vejo seu elemento, uh, tem uns 4 Humvees, uh junto... Você está liberado. Certo. Atirando. Me avise quando você os pegar. Vamos atirar. Explodam eles. Vamos, fogo! (metralhadoras atirando) Continue atirando, continue atirando. (metralhadoras atirando) Continue atirando. Hotel ...Bushmaster 2-6, Bushmaster 2-6, temos que sair, comece a contar! Certo, nós confrontamos todos os oito indivíduos. Sim, nós vemos dois passaros [helicópteros], e ainda estamos atirando. Entendido. Eu peguei eles. 2-6, aqui é o 2-6, estamos móveis. Ops, Desculpe, O que está havendo? Droga, Kyle. Certo, hahahaha. Eu acertei eles.

CA: E qual foi o impacto disso?

JA: O impacto sobre as pessoas que trabalharam nisso foi severo. Acabamos mandando duas pessoas a Bagdá para pesquisar mais essa história. Esse é apenas o primeiro de três ataques que aconteceram naquela cena.

CA: Então, quer dizer, 11 pessoas morreram nesse ataque, certo, incluindo dois funcionários da Reuters?

JA: Isso. Dois funcionários da Reuters, duas crianças foram feridas. Houve algo entre 18 e 26 pessoas mortas no total.

CA: E divulgar isso causou revolta generalizada. Qual foi o elemento chave disso que causou a revolta, o que você acha?

JA: Eu não sei. Acho que as pessoas puderam ver a enorme disparidade de forças. Você vê homens andando nas ruas relaxados, e então um helicóptero Apache aparece em uma esquina disparando balas de canhão de 30 milímetros em todo mundo, procurando qualquer desculpa para fazer isso, e matando as pessoas que estão resgatando os feridos. E esses dois jornalistas envolvidos, que claramente não eram insurgentes, porque esse era o trabalho deles em tempo integral.

CA: Quero dizer, um analista de inteligência americano, Bradley Manning, foi preso. E supostamente ele confessou numa sala de chat que enviou esse video para você, junto com 280.000 telegramas sigilosos da embaixada americana. Quer dizer, será que ele mandou?

JA: Bem, nós negamos ter recebido esses telegramas. Ele foi indiciado, uns cinco dias atrás, por ter obtido 150.000 telegramas e divulgar 50. Agora, nós publicamos no início do ano um telegrama da embaixada americana em Reykjavik mas que não era necessariamente conectado a esses. Quero dizer, eu era um visitante conhecido daquela embaixada.

CA: Bem, se você recebeu milhares de telegramas diplomáticos da embaixada americana...

JA: Nós os teríamos liberado. (CA: Teriam?)

JA: Sim. (CA: Porque?)

JA: Bem, porque esse tipo de coisa revela o estado real de, digamos, como são governos árabes, os reais abusos de direitos humanos nesses governos. Se você olhar os telegramas não confidenciais, é o tipo de material que está lá.

CA: Então vamos falar um pouco mais sobre isso. Em geral, qual é a sua filosofia? Por que é correto encorajar o vazamento de informações secretas?

JA: Bem, há a questão sobre que tipo de informação é importante para o mundo, que tipo de informação pode gerar uma reforma. E há muita informação. Então as informações que organizações estão fazendo um esforço econômico para esconder, isso é um bom sinal de que quando essa informação estiver disponível, há uma esperança dela fazer algo bom. Porque as organizações que sabem das coisas, que conhecem tudo de dentro para fora, estão tendo trabalho para esconder. E isso é o que descobrimos com a prática. E essa é a história do jornalismo.

CA: Mas há riscos nisso, tanto para os individuos envolvidos ou até para a sociedade toda, em que vazar pode ter uma consequência não intencional?

JA: Não observamos isso com coisa alguma que tenhamos divulgado. Nós temos uma política de imunização a danos. Nós temos uma maneira de lidar com informações que tenham alguma coisa de pessoal, identificando pessoalmente a informação ali. Mas há segredos legítimos, você sabe, seus registros com seu médico, esse é um segredo legítimo. Mas nós lidamos com informantes que estão se apresentando realmente bem motivados.

CA: Então eles estão bem motivados. E o que você falaria, por exemplo, aos pais de alguém, cujo filho está servindo o exército americano no exterior, e ele diz, "Sabe de uma coisa, você publicou algo que alguém tinha um incentivo para liberar. E mostra um soldado americano rindo de pessoas morrendo. Isso dá a impressão, deu a impressão a milhões de pessoas no mundo todo de que os soldados americanos são desumanos. Na verdade, eles não são. Meu filho não é. Como você ousa insinuar isso?" O que você falaria para eles?

JA: É, nós recebemos um monte disso. Mas lembre-se, as pessoas em Bagdá, as pessoas no Iraque, as pessoas no Afeganistão, eles não precisam ver o vídeo; eles vêem isso todos os dias. Então isso não vai mudar a opinião deles. Não vai mudar a percepção deles. É isso que eles vêem todos os dias. Isso vai mudar a percepção e opinião daqueles que estão pagando por tudo isso. E essa é a nossa esperança.

CA: Então você achou uma maneira de jogar uma luz no que você vê como sendo esse tipo de segredos macabros das empresas e governos. A luz é boa. Mas você nota a ironia no fato de que para você jogar essa luz, você mesmo tem que, criar um segredo ao redor das suas fontes?

JA: Não. Quero dizer, nós não temos nenhum dissidente da WikiLeaks ainda. Nós não temos fontes que são dissidentes de outras fontes. Caso eles apareçam, isso seria uma situação difícil para nós. Mas presumimos que agindo dessa maneira as pessoas sentem-se moralmente obrigadas a continuar a nossa missão, a não ferrar com tudo.

CA: Eu estaria interessado, apenas pelo que ouvi até agora, queria saber a opinião da audiência do TED. Você sabe, deve haver alguns pontos de vista sobre o Wikileaks e sobre o Julian. Vocês sabem, o herói, o herói do povo, trazendo essa luz importante. O encrenqueiro perigoso. Quem tem a visão do herói? (quase todos levantam as mãos) E quem tem a visão do encrenqueiro perigoso? (ninguém ergue a mão)

JA: Ah, por favor. Deve ter algum.

CA: É um público moderado, Julian, um público moderado. Temos que tentar melhorar. Vamos dar a eles um outro exemplo. Aqui está uma coisa que vocês ainda não vazaram, mas eu acho que no TED poderiamos considerar que o fariam. É uma história intrigante que acabou de acontecer, certo? O que é?

JA: Então essa é uma amostra do que fazemos todos os dias. No final do ano passado - em novembro do ano passado - houve uma série de explosões de poços na Albânia como o poço que explodiu no Golfo do México, mas não tão grande.

E nós recebemos um relatório, um tipo de análise de engenharia do que havia acontecido, afirmando que, de fato, os seguranças de algum concorrente, várias empresas de petróleo competindo haviam, de fato, estacionado caminhonetes lá e as explodido. E parte do governo da Albânia estava envolvido, etc, etc.

E o relatório de engenharia não tinha nada sobre isso. Então foi um documento extremamente difícil para nós. Nós não conseguíamos verificar porque nós não sabíamos quem escreveu isso e sabíamos qual era o propósito disso. Então ficamos meio céticos que talvez fosse uma empresa de petróleo concorrente que estava trazendo isso a tona. Baseados nisso, nós publicamos e dissemos, "Olhem, nós estamos céticos a respeito disso. Nós não sabemos, mas o que podemos fazer? O material parece bom, parece certo, mas nós não conseguimos verificá-lo" E recebemos uma carta essa semana da empresa que o escreveu, querendo rastrear a fonte, (risos) dizendo, "Ei, nós queremos rastrear a fonte." E nós respondemos, "Conte-nos mais. A que documento, precisamente, você está se referindo? Você pode nos provar que tem alguma autoridade legal sobre esse documento? É realmente seu?" Então eles enviaram uma captura de tela com o autor na identificação do Microsoft Word. É. (Aplausos) Isso acontece bastante. Esse é um dos nossos métodos de identificar, ou verificar o que é aquele material, é tentar fazer com que esses caras escrevam cartas.

CA: Você teve informação de dentro da BP?

JA: Sim, nós temos muitas, mas quero dizer, no momento, nós estamos fazendo uma captação de recursos e esforços de engenharia. E a nossa taxa de publicação nos últimos meses foi reduzida enquanto nós reconstruímos os nossos sistemas para o interesse público fenomenal que nós temos. Isso é um problema Quero dizer, como qualquer tipo de organização nova em crescimento, nós estamos surpresos com o nosso crescimento. E isso significa que estamos recebendo uma quantidade enorme de revelações de informantes de calibre bem alto, mas nós não temos pessoal suficiente para processar e cuidar dessa informação.

CA: Então esse é o principal gargalo, jornalistas voluntários e/ou o financiamento de salários dos jornalistas?

JA: Sim, e pessoas confiáveis. Nós somos uma organização que dificilmente vai crescer rapidamente por causa do tipo de material que lidamos. Então temos que reestruturar para ter pessoas que vão lidar com questões da mais alta segurança nacional, e também casos de segurança mais baixa.

CA: Então ajude-nos a entender sobre você pessoalmente e como chegou a fazer isso. E acho que li que, quando era criança você estudou em 37 escolas diferentes. Será que isso está certo?

JA: Bem, meus pais trabalhavam no negócio de cinema e depois em um culto, então combinando os dois... (Risos)

CA: Um psicólogo poderia dizer que essa é a receita para criar a paranóia.

JA: O quê? O negócio de cinema? (Risos) (Aplausos)

CA: E você era também, quero dizer, você era um hacker desde jovem e teve problemas com as autoridades logo cedo.

JA: Bem, eu era um jornalista. Sabe como é, eu era um jornalista ativista bem jovem. E escrevi uma revista, que foi processada por isso quando eu era um adolescente. Então você tem que tomar cuidado com hacker. Quero dizer, há um método que pode ser feito para várias coisas. Infelizmente, naquele momento, era mais usado pela máfia Russa para roubar a conta do banco da sua avó. Então essa frase não é, tão legal quanto era antigamente.

CA: É, bem, eu realmente não acho que você estava roubando a conta de banco da avó de ninguém. Mas e sobre os seus valores? Você pode nos dar uma ideia do que eles são e talvez algum acontecimento na sua vida que ajudou a determinar esses valores?

JA: Não tenho certeza sobre o acontecimento. Mas os valores principais são: homens capazes e generosos não criam vítimas, eles cuidam das vítimas. E isso era algo do meu pai e de outros homens capazes e generosos que participaram da minha vida

CA: Homens capazes e generosos não criam vítimas. Eles cuidam delas?

JA: E, você sabe, eu sou uma pessoa combativa, então eu não sou muito bom com essa parte de cuidar. Mas de alguma forma, há outra maneira de cuidar das vítimas, que é vigiar os autores do crime. E isso é algo que está no meu caráter há bastante tempo.

CA: Então conte-nos, rapidamente nesse último minuto, a história: O que houve na Islândia? Você basicamente publicou algo lá, teve problemas com um banco, depois uma empresa de notícias de lá recebeu uma punição por ter publicado a história. Ao invés, eles divulgaram o seu lado da história. Isso fez você ser muito conhecido na Islândia. O que aconteceu depois?

JA: Esse é um grande caso. A Islândia passou por essa grande crise financeira. Foi o país mais afetado de todo o mundo. Seu setor financeiro correspondia a 10 vezes o PIB do resto da economia. Então, nós lançamos esse relatório em Julho do ano passado. E a TV nacional foi proibida de veicular cinco minutos antes de ir ao ar. Como se tivesse saído de um filme, a ordem foi colocada na mesa, e o apresentador falava "Isso nunca aconteceu antes. O que faremos?" Bem, vamos apenas mostrar o site então para preencher todo aquele tempo. E nós nos tornamos muito famosos na Islândia, fomos à Islândia e falamos sobre esse assunto. E havia um sentimento na comunidade que isso nunca deveria acontecer novamente. E como resultado disso, trabalhando com alguns políticos islandeses e alguns especialistas em direito internacional, nós montamos um tipo de pacote legal para a Islândia se tornar um paraíso para a imprensa livre, com as maiores proteções jornalísticas do mundo, com um novo prêmio Nobel para liberdade de expressão. A Islândia é um país nórdico então, como a Noruega, é capaz de mexer no sistema. E há apenas um mês, isso foi aprovado por unanimidade pelo parlamento islandês

CA: Uau. (Aplausos)

Última pergunta, Julian. Quando você pensa sobre o futuro, você acha que será mais como o "Big Brother" exercendo mais controle, com mais segredos ou nós observando o "Big Brother", ou tudo isso acontecerá, nos dois sentidos?

JA: Eu não estou certo de como será. Há pressões enormes para harmonizar a legislação da liberdade de expressão e a legislação da transparência ao redor do mundo, dentro da União Européia, entre a China e os EUA. Qual caminho vai tomar? É difícil ver. É por isso que hoje é um bom momento para se viver. Porque com apenas um pouco de esforço nós podemos mudar de um jeito ou de outro.

CA: Bem, parece que eu estou refletindo a opinião do público ao dizer, Julian, tenha cuidado e desejo todo poder para você.

JA: Obrigado, Chris

CA: Obrigado.


por Ana Cláudia Rocha

14 de dez. de 2010

É preciso sonhar, mesmo quando a vida disser não!

“...Sinto-me nascido a cada momento...”

Analisando esse trecho de Fernando Pessoa em Alberto Caeiro, II O Meu Olhar, percebi que devemos parar para pensar no valor da vida e de nossas escolhas. Descobri que as coisas podem mudar, e quando mudam devemos olhar com cuidado e se preciso até ‘renascer’.

As vezes as coisas dão certo e milhares de outras não. Estações se vão; cai chuva, vem sol e há sempre a certeza de que nós traçamos o nosso destino. Cabe-nos escolher se vale a pena lutar ou deixar que os sonhos se transformem em pó, assim como a madeira verde e viva se tornam cinzas, assim como a terra fértil e próspera pode se tornar improdutiva, assim como as águas límpidas são contaminadas por pessoas que simplesmente não se importam com o rumo que as coisas tomam.

A vida em sua humildade corre sem perguntar quem chorou, quem está magoado, ou mesmo quem mereceu sorrir. Aqueles que ficaram pelo caminho, certamente chorarão a mágoa de ter deixado um sonho ou desistido de trilhar rumo à ele, conservando as lembranças que ficaram da velha esperança, aquela que insiste mesmo que o coração peça para que toda a dor seja jogada fora, não adianta criar amor à casos perdidos, a lágrima que percorre queimando a face pouco a pouco nos ensina a dar valor ao suor, a relatividade das coisas, até mesmo a primeira lei de Newton “Um corpo só permanece em movimento se estiver atuando sobre ele uma força”.

Pense nisso, e lembre-se você é do tamanho que ver!

Cura de paciente com Aids com uso de células tronco


Médicos anunciam a cura de paciente com Aids utilizando células-tronco

Médicos que fizeram um transplante com células-tronco em um homem infectado por HIV com leucemia, em 2007, acreditam que o paciente tenha sido curado. Um relatório foi publicado recentemente no jornal Blood, da Sociedade Americana de Hematologia, afirmando que, com base em resultados de extensos testes, “é razoável concluir que a cura da infecção por HIV foi obtida nesse paciente.” As informações são do site Aids Map.

O homem recebeu medula óssea de um doador que tinha resistência natural à infecção por HIV - isso se deve a um perfil genético que fez o correceptor CCR5 estar ausente das células dele. A variedade mais comum do HIV usa CCR5 como ‘base de encaixe’, prendendo-se a ela com o intuito de entrar e infectar as células CD4, e as pessoas com essa mutação estão quase completamente protegidas contra a infecção.

O caso foi relatado pela primeira vez na Conferência de Retrovírus e Infecções Oportunistas de 2008, em Boston, e os médicos de Berlim publicaram posteriormente um estudo de caso detalhado no New England Journal of Medicine, em fevereiro de 2009.

Disponível em: http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2010/12/14/medicos-anunciam-a-cura-de-paciente-com-aids-utilizando-celulas-tronco/

Quando vamos parar?

Muito se fala da degradação que o meio ambiente vem sofrendo. Desmatamentos, queimadas, lixo e poluição das águas. Viver com qualidade torna-se impossível; mais doenças aparecem, superbactérias, mutações virais, resultado de uma interação prejudicial. A natureza sabe pedir socorro, conquanto não ouvimos sua voz que murmura nos dias quentes e nos dias tempestuosos. Sabemos reclamar dos efeitos que nos prejudicam, mas não paramos para intervir.

Quando criança admirava os campos, os animais, as flores, o vento fresco e o entardecer me enchiam os olhos. Não conhecia tantas parafernalhas tecnológicas e mesmo assim meu mundo era bonito e agradável. Hoje olho para o passado com certa nostalgia, saudade de olhar a beleza de forma inocente.

Agora vejo ao meu redor edificações, descobertas sensacionais, guerras civis, confrontos internos e externos e um mundo saturado de informações. E então me pergunto: Quando vamos parar?

Refletir anda sendo difícil pra você? Acho que nos preocupamos mais com o carro do ano, com a 'roupa da hora' do que com o próprio ar que respiramos.
"...Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais..."

Fernando Pessoa

12 de dez. de 2010

Febre de Chikungunya


A febre de chikungunya é uma doença causada por vírus, que assim como a dengue, é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O Ministério da Saúde anunciou na quarta-feira (8), o início da vigilância e do controle no Brasil dessa doença.

O monitoramento se faz necessário pois nos meses de agosto, outubro e setembro, os primeiros três casos da febre foram registrados no Brasil. Dois em São Paulo e um no Rio de Janeiro, todos em pacientes que foram infectados em países da Ásia (Índia e Indonésia).

O coordenador do Programa de Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, afirmou que não há circulação do vírus nas Américas. A circulação é verificada apenas em países da África e do sudeste asiático. Originária da África, a doença só é transmitida pelo mosquito e registra baixos índices de letalidade (menos de 1%).

De acordo com o governo, após identificados os casos no Brasil, foram tomadas medidas de prevenção e combate ao mosquito da dengue. Segundo o coordenador do Ministério da Saúde, a vigilância foi intensificada e estão sendo fornecidas informações às sociedades médicas e à rede pública de saúde. Essas ações de combate utilizam a estrutura de controle da dengue que já existe no país.

COMO É O DIAGNÓSTICO DA FEBRE DE CHINKUNGUNYA

O diagnóstico da doença é feito de forma quase “artesanal”, porque não há kits comerciais e o vírus não circula no país. O governo brasileiro aguarda o envio de amostras do vírus pela Organização Panamericana de Saúde, no entanto, a entrada do material no país depende de uma série de medidas de segurança, processo que pode levar até 3 meses.


SINTOMAS DA FEBRE DE CHINKUNGUNYA

A chikungunya é caracterizada, principalmente, pelas dores nas articulações, que podem chegar a um grau crônico, em que esse sintoma permanece por mais de 6 meses. Em uma das línguas oficiais da Tanzânia, o nome da doença quer dizer “aqueles que se dobram”.


Cinco dias após o início dos sintomas não há mais possibilidade de transmissão da doença para o mosquito. O tratamento é similar ao da dengue, com o uso de paracetamol, antiinflamatórios e até corticoides. O Ministério da Saúde aconselha a quem for viajar para África e sudeste da Ásia adotar medidas de prevenção, como uso de repelentes e mosquiteiros.

Foram registrados surtos da doença, em 2004, no sudeste asiático e, em 2006, na Índia, onde foram infectadas 1,3 milhão de pessoas, sem nenhuma morte registrada. O vírus que causa a chikungunya tem período de incubação de 3 a 7 dias.


Disponível em:

http://www.castrodigital.com.br/2010/12/febre-chikungunya-monitorada-brasil.html



9 de dez. de 2010

Como surgiu o vegetarianismo?


Hábitos de não comer carne foi defendido pelo filósofo Pitágoras.

Surgida com as civilizações antigas, a dieta moderna, baseada em animais e plantas domesticados, permitiu ao homem optar e refletir sobre os alimentos que leva à boca. O vegetarianismo apareceu nessa trajetória. No primeiro milênio antes de Cristo, ele estava ligado a questões éticas e filosóficas e era visto, na região do Mediterrâneo e na Índia, como uma atitude de benevolência em relação aos outros seres. A prática era uma dos ensinamentos do grego Pitágoras. Mais tarde, o hábito se tornou mais uma imposição social do que uma escolha. Na Idade Média, a carne era símbolo de status. "Só a pobreza compelia as pessoas a trocar essa comida pelos vegetais", diz Carlos Roberto Antunes dos Santos, que pesquisa a História da alimentação na Universidade Federal do Paraná. Nos séculos seguintes, o movimento ressurgia associado a questões humanitárias e, no século 19, às preocupações nutricionais.
Foi na virada para o século 20 que surgiram criações como as do médico John Harvey Kellogg, inventor de produtos à base de vegetais, como os cereais matinais. Ficou conhecido como o "pai" da nutrição moderna.
Foi nos anos 1960 e 70, porém, que o vegetarianismo ganhou força no mundo ocidental, impulsionado pelo movimento hippie e pela atuação de defensores dos direitos dos animais. Mais recentemente, a culinária vegetariana teve como aliada a propagação de vantagens para a saúde (questionadas por alguns) de uma dieta sem carne. De olho nessa tendência, a indústria alimentícia começou a se dedicar a esse público. "No momento em que o Ocidente percebe que há um mercado consumidor, a culinária vegetariana se desenvolve e se adapta ao gosto do lado de cá do globo", diz o nutricionista George Guimarães.

Fonte: Revista Aventuras na História. Edição 89 - Dezembro de 2010

6 de dez. de 2010

Automedicação e dependência de remédios.



     Ao contrário do que ocorre em muitos países, no Brasil compram-se medicamentos livremente em farmácias. O resultado é que a pessoa pode se medicar, colocando sua saúde em risco, e até fazer uso abusivo de medicamentos tornando-se farmacodependente .
     O sistema de Saúde do Brasil favorece a automedicação. A droga deve ser vendida somente sobre prescrição médica, e isso a farmácia geralmente não pede.
     Recentemente tivemos o problema com a KPC uma bactéria resistente a antibióticos. Na verdade, Klebsiella pneuomonaie carbapenemase não é uma bactéria e sim uma enzima produzida por bactérias Gram-negativas (enterobactérias). Os casos envolvendo essas bactérias ocorrem de modo significativo, desde 2003 e pode ter sido gerado pelo uso indiscriminado de antibióticos. Mais um problema ocasionado pela falta de fiscalização no uso de medicamentos.
     O governo tem bom controle nas drogas de tarja preta (tranquilizantes e moderadores do apetite/anfetaminas) ou até de tarja amarela, que em geral são analgésicos derivados do ópio, opióides sintéticos e metilfenidato (ritalina).
     As pessoas precisam saber que quando se automedica está sujeita a desenvolver dependência, entre outros problemas. Uma aspirina por exemplo diminui a coagulação do sangue, a pessoa pode ter uma hemorragia, pode causar úlcera no estômago. O paracetamol pode ocasionar crise hepática.
     De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o percentual de internações hospitalares provocadas por reações adversas a medicamentos ultrapassa 10%.

     Veja alguns tipos de drogas que podem provocar dependência:
     Depressoras do sistema nervoso: álcool e benzodiazepínicos (tranquilizantes);
     Estimulantes: cocaína, ecstasy (que também é uma anfetamina com propriedades alucinógenas), anfetaminas (algumas presentes em remédios para emagrecer), cafeína (café, refrigerantes e chás), nicotina (cigarro). Um estimulante muito prescrito pelos médicos é o metifenidato (ritalina), usado no tratamento de déficit de atenção, que, como todos os outros citados, oferece risco de dependência.
     Alucinógenas: LSD, psilocibina presente nos cogumelos, DMT (presente no Santo Daime, bebida usada para fins religiosos), alguns que estão presente em remédios e o THC (maconha).
     Voláteis: cola de sapateiro, éter, clorofórmio, loló, benzina e solventes.

Saiba Mais.

4 de dez. de 2010

Você tem certeza de que sabe AMAR? (Artur da Távola)


Há os que:

Amam loucamente mas não sabem amar.

Amam um pouco mas sabem amar.

Não amam mas sabem amar.

Amam e sabem amar.

Sabem de amor mas não sabem amar.

Sabem amar, mas não sabem de amor.

Amam e sabem de amor, mas não sabem amar.

Amam e não sabem de amor, mas sabem amar.

Não amam, sabem de amor e não sabem amar.

Não amam, não sabem de amor mas sabem amar.

Não amam, não sabem de amor e não sabem amar.

Amam, sabem de amor e sabem amar.

E por aí começa a confusão da relação amorosa. Se tudo fosse: - “eu te amo. Você me ama?”.

Resposta: - “Amo”. Pronto! Seria simples. E foram felizes para o resto da vida. Mas quando o tal diálogo acontece e duas pessoas percebem que se amam a dúvida e a confusão não terminam. Começam!

Não está disposto na lei da vida que duas pessoas que se amam, saibam amar. Uma delas que não saiba, e olha a relação rolando pela ribanceira! O normal é duas não saberem. Raro é as duas saberem, escassos exemplos de relação em que a maturidade não interfere na intensidade. O habitual é uma saber e agüentar o rojão pela outra.

Amar quase sempre atrapalha a sabedoria do amor. Porque amar é um estado de necessidade atendida, de carência compensada, de doação exercida, de entrega salvadora. E isso é intenso demais para poder coabitar com a sabedoria do amor.

Saber amar! Quanta gente prefere viver com alguém que sabe amar, mesmo que não o ame! Quanto amor pode brotar da relação com quem sabe amar! Quem sabe amar, pode até realizar o milagre de acabar recebendo o amor de quem não o ama, ou ama e não sabe, porque quem sabe amar conhece a linguagem sutil do que está adormecido no outro; do que está em estado de conto de fadas, carência, infância, flor ou adivinhação. Sabe amar quem sabe “o outro sem deixar de ser quem é”.

Saber amar é conhecer o amor em forma de arte. O amor é apenas um sentimento. Mas saber amar é apenas uma criação, uma visão estética do amor. Saber amar tanto é a flor a hora certa, Como o presente fora de hora ou a compreensão do desamor, do cansaço e da dúvida passageiros. Mas é, com segurança absoluta, o olhar fundo do sentimento, o carinho preciso, a mão firme, a pele dialogando de igual para igual, gritando ou sussurrando conforme a hora; é a temperatura da paz recobrada. Saber amar não é a aceitação passiva do outro. É a existência ativa do amor latente, real ou adivinhado.

Saber amar implica conhecer uma porção de coisas que o amor não sabe: esperar, deixar fluir, não invadir as dúvidas do outro, não abafar nem impedir, ainda que com carinho, que a outra parte ejete a fossa, a angústia ou a dor que a oprime.

Quem ama desama junto. Quem sabe amar suporta esse desamor, se passageiro, é claro, porque quem sabe amar conhece a medida exata dos orgulhos que valorizam o amor.

Nada é pior que a desistência de quem sabe amar. Do que o ferimento ou a indiferença provocados em quem sabe amar. Quem ama tolera ser maltratado. Quem sabe amar, jamais. Porque quem sabe amar não escolherá pessoa que maltrata porque quer ser maltratada.

Quem ama, quando cansa, pode voltar a amar. Quem sabe amar quando desliga é para sempre. É mais fácil afrontar a quem ama (um estado no qual ficamos todos meio sem caráter) do que a quem sabe amar. Este conhece tanto a importância do seu sentimento, que quando o retira, machucado, incompreendido ou ferido de morte, é para sempre.

Quem ama é mais inocente do que quem sabe amar. Mas quem sabe amar é capaz de maldades maiores, a partir do momento em que desiste. Desiste de saber amar, porque pode até continuar amando.

Cuidado com quem ama! Mas cuidado muito maior com quem sabe amar!

Quem perde um amor perde menos do que quem perde alguém que sabe amar.

Saber amar não é depender. Não é ser servil. Não é viver agradando. Não é fazer o que o outro quer. Saber amar é ter as reações certas, de compreensão e crítica; é ocupar todo o seu lugar no espaço e no tempo do sentimento e da emoção do outro. Saber amar é até saber desistir.

Saber amar é aquela parte que, partindo do amor, procura (até encontrar) a parte do outro que um dia saberá amar. E a encontrando tem paciência, afeto e tolerância com ela. A menos que descubra que ela não merece. Porque saber amar é também ter a coragem das renúncias, bravura que raramente tem quem apenas ama.

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