4 de dez. de 2011

Moralidade: Cultural ou natural?

Não nasci ruminando o Imperativo categórico e é por isso que meus neurônios sempre entram em conflito quando paro pra pensar no que é ético, moral e imoral, o que devo e o que não devo fazer. Não coloco a mão no fogo porque sei que ele queima, tento não comer em excesso, pois sei que excessos fazem mal, nem sempre falo o que penso por ter crescido ouvindo minha mãe repetir o conceito de Aristóteles que o homem é um animal político, portanto, incapaz de sobreviver sem os outros “animais”.

Nascemos, crescemos e morremos. É o ciclo. Entre esses ciclos acontece o que chamamos de vida. Enfiam-nos milhões de conceitos e regras. Simples assim, aprendemos a ser gente por ter muita gente tentando ser gente.

A moralidade sempre será uma ferida com características próprias, e o pior, ela é crônica. Há alguém pra colocar o dedo, pra dizer como ela deve ser tratada e vista. O grande problema é que os vários conceitos não são suficientes para defini-la de forma clara.

O aprendizado se acumula dentro da cabeça como a poeira. Ouvimos as teorias de Kant, Platão e Aristóteles o tempo todo, e às vezes fica pesado, é difícil sair por aí como cópias ambulantes do homem ideal e transcendente.

Só sei o que é certo ou errado por ter várias bocas repetindo aos meus dois ouvidos sobre a forma que devo agir, tratar as pessoas, enfim, como devo viver.

Seria simples se a moral funcionasse como a maça funcionou pra Eva. Uma mordida para o entendimento, o que nem sempre é bom.

Outro dia ouvi uma conversa na qual diziam que a ignorância traz felicidade. Será? De certo modo não me cobrarei o que desconheço. Olhando por esse ângulo notei a validade dessa colocação.

A moral como algo natural/inata me causa grande estranhamento. Uma criança aprende com a punição, com os nãos, com a dor. Ela não nasce com os gostos e com as experiências.

A verdade é que vão nos enfiando a vida e seus conceitos boca à dentro, ninguém nasce pessoa. Os nossos conceitos são paridos quando todo o aglomerado de células pode ser chamado de homem e aí só nos restará organizar os gostos e as informações olhando-as do ângulo mais confortável possível.

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