Sempre me fazem essa pergunta. Sempre fico pensando o que responder.
Escrevi este texto, para compartilhar com quem queira realmente entender um pouco mais o que estamos construindo a partir do centro de São Paulo, o epicentro geográfico de nossa explosão…
*Oswald redivivo,
no fluxo atemporal da cultura
Contra o (neg)ócio
O (sacerd)ócio
A favor do ócio
E da política da afetividade
* Foi em Cibernética – canção escrita com a lava da erupção contracultural do fim da década de 1960 – que Gilberto Gil cantou: “que a luta pela acumulação de bens materiais/Já não será preciso continuar’. Talvez nesse verso se encontre a chave que abre a compreensão sobre o que é Casa da Cultura Digital: um espaço aberto em todos os aspectos (inclusive na liberdade de escolha sobre como se organizar), onde pessoas trabalham não para acumular, mas para fazer aquilo em que acreditam, da forma que acreditam, com quem acreditam, em torno das enormes possibilidades gerad

A dimensão política da Casa da Cultura Digital é inegável, mas ali ela não chega sem o aporte fundamental da reflexão estética e do bom humor. É uma política vaporosa (política pública soft!), que produz fluxos, adaptando-se ao espaço (do fim do espaço) e ao tempo (do fim do tempo). Política generosa, baseada em programas e princípios, e não na mera especulação pelo poder, como ocorre de forma dominante em nossa sociedade. Talvez seja isso.
A Casa da Cultura Digital é uma rede. Um enxame: com sua ausência de controle centralizado imposto, suas subunidades autônomas e altamente conectadas e sua configuração de pares que exercem influencia uns nos outros. Sua “força e resistência não vêm da concentração, da pureza, unidade, mas da disseminação, da heterogeneidade e do cuidadoso trançado de ligações frágeis”(1).
(1) Trecho de Lúcia Santaella e Renata Lemos
Escrito por Rodrigo Savazoni
Retirado de : http://www.trezentos.blog.br/?p=5619
Nenhum comentário:
Postar um comentário