Hábitos de não comer carne foi defendido pelo filósofo Pitágoras.
Surgida com as civilizações antigas, a dieta moderna, baseada em animais e plantas domesticados, permitiu ao homem optar e refletir sobre os alimentos que leva à boca. O vegetarianismo apareceu nessa trajetória. No primeiro milênio antes de Cristo, ele estava ligado a questões éticas e filosóficas e era visto, na região do Mediterrâneo e na Índia, como uma atitude de benevolência em relação aos outros seres. A prática era uma dos ensinamentos do grego Pitágoras. Mais tarde, o hábito se tornou mais uma imposição social do que uma escolha. Na Idade Média, a carne era símbolo de status. "Só a pobreza compelia as pessoas a trocar essa comida pelos vegetais", diz Carlos Roberto Antunes dos Santos, que pesquisa a História da alimentação na Universidade Federal do Paraná. Nos séculos seguintes, o movimento ressurgia associado a questões humanitárias e, no século 19, às preocupações nutricionais.
Foi na virada para o século 20 que surgiram criações como as do médico John Harvey Kellogg, inventor de produtos à base de vegetais, como os cereais matinais. Ficou conhecido como o "pai" da nutrição moderna.
Foi nos anos 1960 e 70, porém, que o vegetarianismo ganhou força no mundo ocidental, impulsionado pelo movimento hippie e pela atuação de defensores dos direitos dos animais. Mais recentemente, a culinária vegetariana teve como aliada a propagação de vantagens para a saúde (questionadas por alguns) de uma dieta sem carne. De olho nessa tendência, a indústria alimentícia começou a se dedicar a esse público. "No momento em que o Ocidente percebe que há um mercado consumidor, a culinária vegetariana se desenvolve e se adapta ao gosto do lado de cá do globo", diz o nutricionista George Guimarães.
Fonte: Revista Aventuras na História. Edição 89 - Dezembro de 2010
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